Sábado, 01 de Setembro de 2007. Ao falhar em tentar acordar às 10 horas da manhã(na verdade cheguei a acordar, mas meu corpo não respondeu a nenhum outro movimento a não ser desligar o despertador, virar-me e dormir novamente), senti por um breve momento o que parecia um eterno torpor. Finalmente às 12:27, despertei saciado com meu descanso. Eu havia acordado, mas não como nos outros dias, não triste e desanimado, e sim feliz e motivado a fazer do dia o mais proveitoso possível não somente para mim, mas também para qualquer pessoa digna e honrada que merecesse ao menos uma parcela de minha felicidade.
Levantei-me(dessa vez não sonolento), peguei uma cueca, uma camisa cinza estampada em preto na lateral superior esquerda do tórax e um short azul-claro e dirigi-me ao banheiro. Já no banheiro, como sempre olhei-me no espelho contemplando minha imagem, que não era das melhores(afinal, as pessoas só acordam bonitas em novelas e filmes), mas demonstrava leveza, alegria e satisfação: somente o fato de estar vivo era algo significantemente bom. Após perceber novamente minha paixão por minha imagem, resolvi entrar no box e banhar-me. Após isso, saí e fui ao meu quarto para arrumá-lo(algo que não faço freqüentemente, mas como dizem: "milagres acontecem"). Foi quando durante a minha tarefa, ouvi alguém me chamando no portão, ao abrir, vi que era um amigo de infância que não via há muito tempo e nem com tanta freqüencia, pois o mesmo havia se mudado quando eu tinha 14 anos.
A visita me surpreendera, pois o fato era inimaginável para mim. Conversamos bastante, e relembramos o passado, todos os momentos bons, pois não conseguia me lembrar de nenhum ruim, de tamanha alegria desde o despertar. É engraçado como muitos costumes da infãncia estão se perdendo: em meu tempo, as crianças brincavam de pique-pega, amarelinha, futebol, ou qualquer outra brincadeira que exigisse movimentação, coordenação e agilidade, e hoje vejo as crianças "socadas" em lan-houses, interagindo como se fossem adultos. Toda a "inocência" e cultura de minha geração está sendo perdida, não que a internet não seja algo bom, porém não quero ver um filho meu obeso de tanto ficar parado em frente a um computador, e isso fora a falta de contato social real, que pode vir a deixar a criança tímida e desajustada.
Ao passar mais ou menos umas duas horas de conversa, o almoço ficou pronto. Parecia que aquele foi o melhor arroz-e-feijão com bife de panela e fritas que comi em minha vida. Tudo estava satisfatoriamente bem, a tarde ia passando de maneira a não aparecer reclamações nem problemas.
Depois de descansar o almoço, despedi-me de meu amigo e me arrumei novamente para ir passar o resto da tarde e a noite na casa da Ve. Resolvi levar meu violão, pois há um tempo não o "arranhava" e tirava um som.
Novamente como prova de disposição e felicidade, subi um morro de bicicleta somente com um braço apoiando o guidon(no outro estava o violão), o que foi algo que me deixou bem cansado, porém considero algo inesperado, ainda mais pra mium, que não pratico mais esportes devido a uma lesão no tornozelo esquerdo.
Ao chegar, passou a tarde, até que anoiteceu e senti vontade de tocar violão. Peguei-o pronto para tocar e como meu vício musical não me larga, toquei "Would", da banda Alice in Chains(a qual considero a melhor banda de todos os tepos). A princípio, a minha voz estava como sempre: fraca, rouca e sem muita afinação, porém, o mais estranho veio na segunda música, "Brother", da mesma banda: ouvi minha voz mais limpa, com uma tonalidade diferente e alcançando tons difícies de maneira quase natural. Passaram-se "Nutshell", "Down in a Hole", "Angry chair", "Heaven Beside You", "Rooster", todas lindas músicas da mesma banda anterior, e me sentia num clímax incrível. Era como se eu me unisse a cada nota, a música fluía em mim como minha respiração, e eu não conseguia pensar em mais nada a não ser Felicidade. Após essas músicas, vieram "Angra dos Reis" do Legião Urbana, "Black" do Pearl Jam(essas duas últimas me deixaram muito emocionado, pois lembram muito meu falecido pai) "Stop Crying Your Heart Out", do Oasis, "Black Hole Sun, do Soundgarden, "Patience" e "November Rain" do Guns'n Roses, "Tomorrow", "Faultline", "Shade" e "Freak", do Silverchair, entre outras não menos importantes.
Sempre tratei a música como algo especial, mesmo quando ainda não a praticava como arte. Há uma grande diferença entre "ouvir música" e "sentir música", sendo a primeira como entender o som atravé da audição, e a segunda como um conjunto de emoções e sensações, com as quais há possibilidade de transportar-se para outro lugar, recobrar momentos, sonhar, viver num mundo em que não há horror nem discórdia, mesmo que temporariamente. Não sei explicar direito, só sei que a boa música passa por mim como energia, energia essa que age a impulsionar-me para meus desejos, que aumenta a vontade de viver.
É muito bom ouvir e sentir música, porém há um terceiro que é o mais compensatório e prazeroso de todos: "Fazer Música". Ao tocar alguma música, posso sentí-la como uma parte de mim, identificá-la como linguagem. Há alguns tipos de linguagem universal, dentre elas a matemática e a música, sendo a segunda algo mais completo, pois a mesma desperta sentimentos, nos entrega ao nosso interior e nos faz refletir sobre nossa origem e significado.
O Paraíso existe, porém poucos o descobriram. Sinceramente não condigo entender porque as pessoas usam drogas, se há uma fonte de prazer e felicidade à frente de todos: a Música.
Escrito na madrugada do dia seguinte, com uma imensa paz interior e orgulho por algumas pessoas estarem se identificando e podendo extrair algo de bom de meus textos.
Obrigado a todos,
Jorge Martins
Levantei-me(dessa vez não sonolento), peguei uma cueca, uma camisa cinza estampada em preto na lateral superior esquerda do tórax e um short azul-claro e dirigi-me ao banheiro. Já no banheiro, como sempre olhei-me no espelho contemplando minha imagem, que não era das melhores(afinal, as pessoas só acordam bonitas em novelas e filmes), mas demonstrava leveza, alegria e satisfação: somente o fato de estar vivo era algo significantemente bom. Após perceber novamente minha paixão por minha imagem, resolvi entrar no box e banhar-me. Após isso, saí e fui ao meu quarto para arrumá-lo(algo que não faço freqüentemente, mas como dizem: "milagres acontecem"). Foi quando durante a minha tarefa, ouvi alguém me chamando no portão, ao abrir, vi que era um amigo de infância que não via há muito tempo e nem com tanta freqüencia, pois o mesmo havia se mudado quando eu tinha 14 anos.
A visita me surpreendera, pois o fato era inimaginável para mim. Conversamos bastante, e relembramos o passado, todos os momentos bons, pois não conseguia me lembrar de nenhum ruim, de tamanha alegria desde o despertar. É engraçado como muitos costumes da infãncia estão se perdendo: em meu tempo, as crianças brincavam de pique-pega, amarelinha, futebol, ou qualquer outra brincadeira que exigisse movimentação, coordenação e agilidade, e hoje vejo as crianças "socadas" em lan-houses, interagindo como se fossem adultos. Toda a "inocência" e cultura de minha geração está sendo perdida, não que a internet não seja algo bom, porém não quero ver um filho meu obeso de tanto ficar parado em frente a um computador, e isso fora a falta de contato social real, que pode vir a deixar a criança tímida e desajustada.
Ao passar mais ou menos umas duas horas de conversa, o almoço ficou pronto. Parecia que aquele foi o melhor arroz-e-feijão com bife de panela e fritas que comi em minha vida. Tudo estava satisfatoriamente bem, a tarde ia passando de maneira a não aparecer reclamações nem problemas.
Depois de descansar o almoço, despedi-me de meu amigo e me arrumei novamente para ir passar o resto da tarde e a noite na casa da Ve. Resolvi levar meu violão, pois há um tempo não o "arranhava" e tirava um som.
Novamente como prova de disposição e felicidade, subi um morro de bicicleta somente com um braço apoiando o guidon(no outro estava o violão), o que foi algo que me deixou bem cansado, porém considero algo inesperado, ainda mais pra mium, que não pratico mais esportes devido a uma lesão no tornozelo esquerdo.
Ao chegar, passou a tarde, até que anoiteceu e senti vontade de tocar violão. Peguei-o pronto para tocar e como meu vício musical não me larga, toquei "Would", da banda Alice in Chains(a qual considero a melhor banda de todos os tepos). A princípio, a minha voz estava como sempre: fraca, rouca e sem muita afinação, porém, o mais estranho veio na segunda música, "Brother", da mesma banda: ouvi minha voz mais limpa, com uma tonalidade diferente e alcançando tons difícies de maneira quase natural. Passaram-se "Nutshell", "Down in a Hole", "Angry chair", "Heaven Beside You", "Rooster", todas lindas músicas da mesma banda anterior, e me sentia num clímax incrível. Era como se eu me unisse a cada nota, a música fluía em mim como minha respiração, e eu não conseguia pensar em mais nada a não ser Felicidade. Após essas músicas, vieram "Angra dos Reis" do Legião Urbana, "Black" do Pearl Jam(essas duas últimas me deixaram muito emocionado, pois lembram muito meu falecido pai) "Stop Crying Your Heart Out", do Oasis, "Black Hole Sun, do Soundgarden, "Patience" e "November Rain" do Guns'n Roses, "Tomorrow", "Faultline", "Shade" e "Freak", do Silverchair, entre outras não menos importantes.
Sempre tratei a música como algo especial, mesmo quando ainda não a praticava como arte. Há uma grande diferença entre "ouvir música" e "sentir música", sendo a primeira como entender o som atravé da audição, e a segunda como um conjunto de emoções e sensações, com as quais há possibilidade de transportar-se para outro lugar, recobrar momentos, sonhar, viver num mundo em que não há horror nem discórdia, mesmo que temporariamente. Não sei explicar direito, só sei que a boa música passa por mim como energia, energia essa que age a impulsionar-me para meus desejos, que aumenta a vontade de viver.
É muito bom ouvir e sentir música, porém há um terceiro que é o mais compensatório e prazeroso de todos: "Fazer Música". Ao tocar alguma música, posso sentí-la como uma parte de mim, identificá-la como linguagem. Há alguns tipos de linguagem universal, dentre elas a matemática e a música, sendo a segunda algo mais completo, pois a mesma desperta sentimentos, nos entrega ao nosso interior e nos faz refletir sobre nossa origem e significado.
O Paraíso existe, porém poucos o descobriram. Sinceramente não condigo entender porque as pessoas usam drogas, se há uma fonte de prazer e felicidade à frente de todos: a Música.
Escrito na madrugada do dia seguinte, com uma imensa paz interior e orgulho por algumas pessoas estarem se identificando e podendo extrair algo de bom de meus textos.
Obrigado a todos,
Jorge Martins
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