Quinta-feira, 6 de Setembro de 2007. Ao abrir os ohos, pude ouvir minha mãe me chamando. Eram 10 horas e ela estava me acordando porque um vizinho amigo meu estava precisando de um favor em meu computador, mais especificamente imprimir umas imagens. Lento e com a percepção sensorial baixa demais para saber quanto é 3², levantei e novamente demonstrei ser aquela pessoa prestativa de sempre(afinal, ele também é assim) e imprimi os arquivos.
Logo após, levantei-me ainda um pouco tonto, peguei roupas limpas e assim como toda rotina diária, fui banhar-me.
Saindo do banho, após terminar todos os costumes assépticos e sustentar meu narcizismo involuntário me olhando inúmeras vezes no espelho, fui procurar o que fazer, afinal, era de manhã. Verifiquei a conta da minha mãe e paguei algumas contas pra ela, depois disso verifiquei os recados do orkut e respondi alguns. Estava muito ansioso, tinha uma entrevista importante em um banco no Centro.
Terminei de almoçar, mas o fato de que consegui comer tudo me intrigava, pois geralmente fico tão ansioso que não consigo comer direito. Parecia que eu estava tranqüilo demais, afinal, já estava acostumado com entrevistas após ir a várias e não ter resultado algum.
Vesti uma roupa social e percebi mais uma vez como eu fico vislumbrante nessas vestes, a ponto de perder uns bons 3 minutos frente ao espelho(mesmo com pressa). Peguei minhas coisas e fui rumo ao ponto de ônibus. Esperei até pouco tempo pelo que costumam demorar esses ônibus interurbanos. Eram 14 horas quando entrei no ônibus, eu esperava ter tempo de sobra pra poder chegar no Centro pelo menos umas 15:30, achar o local e poder chegar antes do horário marcado(16:00 hs). Porém, eu tinha esquecido que era véspera do dia da Independência, e nesse dia muitas pessoas viajaram porque o feriado cairia na sexta-feira, o que congestionou o trânsito, que fez o ônibus em que eu estava andar mais devagar.
Após muito tédio na viagem e algumas cochiladas, isso fora o desespero de não chegar a tempo, consegui chegar na Central às 15:45. Eu tinha metade do que havia imaginado antes para procurar o lugar, então devia agir rápido.
Muitas perguntas a guardas depois, consegui enfim chegar ao bendito lugar. Adentrando o local, falei com um recepcionista e ele disse para eu esperar, só então lembrei de consultar o relógio: 15:58, isso me deixou bem impressionado e cansado também.
Ao esperar uns 5 minutos e logo após iniciar uma breve conversa com o outro rapaz que ia ser entrevistado também(recomendo que sempre façam isso, pelo menos me deixa bem mais relaxado, pois ficar muito tempo calado atrapalha na fala), uma mulher viera chamar o rapaz, e após uns 30 minutos, eles dois sairam da sala onde eles estavam e ela me chamou.
A entrevista foi tranqüila, fui muito bem, estava tão relaxado que nem parecia uma entrevista, e sim um bate-papo informal. Não fiquei nervoso em momento algum, sei que sou bem extrovertido, mas em entrevistas geralmente as pessoas ficam nervosas, pois queiram ou não, é um momento importante. Uns 30 minutos se passaram e enfim a "conversa" terminou. Saí do banco, demorei mais ou menos um minuto para conciliar o caminho de volta e enfim me dirigi à rodoviária.
Já na rodoviária, percebi novamente as horas, eram 17:10. Xinguei um breve "puta que pariu, to "fudido"", e procurei algum ônibus que fosse pra casa. Eu acabava de perceber que não daria tempo de ir para casa antes de ir para a faculdade. Solução: ir direto dali para a faculdade, sem material nenhum.
Entrei no ônibus às 17:15 e percebi algo que me deixou muito, mas muito "puto" mesmo: Eu teria de ir de pé, pois todos os lugares estavam ocupados. Respirei fundo e após um leve "que merda" xingado, procurei uma forma menos desconfortável de prosseguir a viagem. O percurso durou duas longas e cansativas horas, e isso fora uma mulher louca que estava do meu lado e parecia falar consigo mesma em uma linguagem estranha.
Enfim, lá estava eu: na faculdade, pronto para mais um empolgante dia de Estatística e Contabilidade. As aulas até que foram legais pro método dos professores, e as horas passaram inesperadamente rápido. Ansioso para ir embora, peguei os ônibus para casa, até que cheguei.
Em casa, minha mãe ofereceu-me dinheiro pra eu lanchar numa praça perto de casa, e como eu adoro comer besteira, não recusei. Eu só não lembrava que era quinta-feira.
Após trocar de roupa e tomar um banho, já era meia-noite e eu desci para lanchar, ao chegar a uns 100 metros do local, pude perceber então o efeito de quinta-feira sobre aquela praça. Nela, toda quinta-feira há uma "disputa de som", onde alguns desocupados fazem um verdadeiro carnaval em seus carros e ficam se exibindo com o som alto(sinceramente não entendo porque eles chamam de disputa de som, afinal, todos os carros tocam funk).
Eu estava no INFERNO, os homens eram criaturas horrendas e anti-socias, alguns com cabelos pintados de loiro, outros mostrando o "cofrinho", ou usando cordões que parecem mais jamelões(o engraçado é que quando esses cordões eram usado só por playboys, eles diziam que era coisa de homossexuais, e agora o usam, afinal está na moda), enfim: não importanto a diferença(que é semelhante entre eles) berrante de aparência, a sua grande maioria era mal-educada e inculta.
As meninas mais pareciam travestis ou prostitutas com aquilo que chamam de roupa. O que mais me intigou era a idade de algumas: haviam meninas que pareciam ter não mais de 12 anos. Eu pensei: "Esse mundo está perdido, acabou a descência e a moralidade".
Sinceramente, não consigo entender como alguém consegue ouvir algo que incentiva a poligamia, a criminalidade, apoio à facções criminosas, orgias, violência, pedofilia e o pior: trata as mulheres como lixo, um mero objeto descartável, um troféu a ser colecionado. O que me deixa mais assustado ainda é que as "mulheres" que freqüentam esses lugares, em sua maioria ouvem essas "músicas"(prefiro o termo arruaça) e adoram as letras ofensivas, cantam, incentivam, mas na hora em que são traídas, não aceitam. Ora, elas mesmo apoiaram a idéia e financiaram esse lixo sonoro, e algumas até não reclamam, o que está destruindo a imagem da família, a qual é uma instituição em falência hoje em dia.
Há tantos estilos musicais bem elaborados, com letras descentes, e as pessoas os ignoram e ouvem o que está na mídia, afinal o funk hoje em dia aparece em novela, programas de auditório e muitos outros(lógico que eles não fazem ao vivo em rede nacional com as letras originais, afinal, ninguém é besta a esse ponto). A música, tão bem anteriormente defendida por mim em minha última postagem está morrendo, está sumindo da história e dando lugar a uma manifestação violenta de falta de cultura e de assuntos a ser expressados,(afinal um refrão repetido 16 vezes não é nada criativo).
Não entendo mesmo porque as "pessoas" acabam gostando disso, então fico eu aqui com o meu bom, velho e querido Rock'n Roll(que também está morrendo, dando lugar a modinhas e rótulos) que fica tudo certo, só não quero que um filho meu vá ouvir um "troço" desses um dia.
**Esse texto nem esse blog têm motivo de ofender direta ou indiretamente ninguém, só defendo a minha liberdade de expressão(o que é um direito meu) e expresso aqui minha indignação perante a banalização da música)
Escrito na madrugada do dia seguinte, com muito sono e cansaço pelo dia exaustivo.
Jorge Martins